A gestão da Coleção de Macrofósseis, vinculada ao Instituto de Geociências /IGEO da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em parceria com o Museu da Geodiversidade, foi, durante muitos anos, feita somente pelo olhar de cientistas ligados à Paleontologia. A partir de 2009, com a entrada das primeiras museólogas concursadas, essa visão começou a tomar novos horizontes, abrindo-se para debates em torno de conceitos até então não explorados, como: museus científicos, coleções museológicas, patrimônio, memória, identidade, entre outros.

Houve certa resistência, da comunidade acadêmica de forma geral, da necessidade de se fazer um trabalho sólido de curadoria museológica das diversas coleções pertencentes ao IGEO, assim como da necessidade de profissionais de museus auxiliarem na gestão destas coleções.

Hoje, temos algum avanço, e entre tantas outras coleções existentes no IGEO, as Coleções de Macrofósseis e de Mineralogia são tratadas museologicamente, pois possuem profissionais de museologia que atuam como auxiliares de curadoria, juntamente com o professor/pesquisador, que é o curador, detentor do saber científico da coleção. A interdisciplinaridade se fez presente, a partir do momento em que foi percebida a necessidade de atender e contrabalancear a teoria e a prática das principais áreas envolvidas.

Partindo do pressuposto que o objetivo básico de qualquer coleção museológica é estar a serviço da sociedade e seu desenvolvimento, trabalhamos de modo a intermediar características e questionamentos até então compreendidos isoladamente, mas que se tornam intrinsecamente ligados quando ocorrem dentro desses espaços museais, como: coleções e universidades; coleções científicas e preservação; preservação e divulgação científica; entre outros.

Até então, conseguimos avanços significativos nas áreas que envolvem a curadoria museológica:

Documentação: Inventário, mapeamento, organização informacional e digitalização documental do acervo; elaboração de base de dados específica para a documentação de coleções científicas (em andamento); criação futura de um terminal de consulta online e off-line.

Conservação: Modernização das salas de guarda; instalação de arquivos compactadores deslizantes, onde, o acervo, devidamente higienizado, foi organizado em suportes adequados de acondicionamento; avaliação sobre o estado de preservação das peças e sobre as necessidades individuais de conservação; acesso controlado de pesquisadores; manuseio e transporte orientados de acordo com a especificidade do acervo; empréstimos restritos; projeto de controle ambiental (em desenvolvimento).

Comunicação: Exposições; elaboração de folder; criação de uma página oficial na web; divulgação pública da Política de Acervos de Gerenciamentos e Usos (em elaboração); realização de trabalhos acadêmicos; futura disponibilização do acervo através da base de dados.