SEMINÁRIO BRASILEIRO DE MUSEOLOGIA - SEBRAMUS, 2 Sebramus

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MEMÓRIAS DE UM CORPO QUE PARE: O QUE NOS DIZEM AS NARRATIVAS DE MULHERES MÃES?
Elaine Müller Müller

Última alteração: 2019-07-19

Resumo


Este  trabalho  busca  estimular  uma  aproximação  de  campos  disciplinares  na tematização  do  parto  e  do  nascimento,  notadamente  a  Antropologia  e  a Museologia. O cenário obstétrico atual tem sido alvo de diversas reflexões nas humanidades,  seja  na  leitura  e  proposição  de  políticas  públicas,  seja  em reflexões  antropológicas  sobre  o  movimento  de  humanização  do  parto  e  do nascimento  e  os  sentidos  dados  pelas  mulheres  ao  parto  humanizado.  Neste contexto, é comum a produção de imagens e relatos pessoais das experiências de parto. Planos e relatos de parto escritos em primeira pessoa; fotos e vídeos das  cenas  de  parto  publicados  na  internet.  Pode-se  dizer  que  o  parto humanizado  está  relacionado  a  produção  de  memórias  pessoais,  familiares  e também  de  grupos,  que  criam  novas  estéticas  sobre  o  nascimento.    Estas elaborações  discursivas  sobre  a  maternidade  (ou  maternagem)  passam  pelo corpo da mulher, de modo que podemos falar de uma memória incorporada, política  e  pedagógica.  O  corpo  que  gesta,  pare,  amamenta,  é  um  corpo fisiológico que guarda uma memória (da qual se orgulha, a qual não se quer apagar). Apontamos para a possibilidade de incremento teórico-metodológico das  disciplinas  da  Antropologia  e  da  Museologia  com  a  abordagem  destas produções  discursivas  feitas  por  mulheres  mães,  com  a  visibilidade  de  novos agentes sociais e de disputas por poderes e saberes.

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